Você gostaria de ter conhecido, pessoalmente, Héracles, Menelau, Príamo, Aquiles, Heitor ou Páris?
Você sabe que o sagrado Juramento de Hipócrates, escrito pelo Pai da Medicina, na Ilha de Cós, em 460 anos a.C. ,tem uma versão resumida, que é repetida na formatura de todo médico, e , tem uma versão integral, na qual, o primeiro compromisso é " dedicar ao meu mestre de medicina, igual respeito ao que dedico aos autores de meus dias" ?
Os estudantes da nossa Faculdade de Medicina receberam uma dádiva de Deus: eles tem a oportunidade de, facilmente, conhecerem pessoalmente, o prof. Lizwaldo Mário Ziti, o mais antigo membro vivo da Universidade Estadual de Campinas ("Unicamp"), que continua em atividade, na Capelania do Caism.
No dia 20/05 de 1.963, o médico oftalmologista Antonio Augusto de Almeida e mais seis lendário heróis, fundaram a nossa Faculdade de Medicina que, posteriormente, cresceu e se tornou a ciclópica Universidade Estadual de Campinas ("Unicamp").
Destas sete pessoas, resta apenas um sobrevivente: o prof. Ziti. Este mineiro, da cidade de Guaxupé, hoje com 76 anos de idade, é um químico, que foi pesquisador do Instituto Butantan, durante 20 anos, e. posteriormente, professor de histologia, da nossa faculdade, durante 15 anos.
Em 1.976, devido à alguma força misteriosa, este brilhante cientista se tornou um Pastor Evangélico, da Igreja Batista. Ninguém entendeu. Até seu antigo amigo, o prof. Cesare Mansueto Giúlio Lattes, mais conhecido como César Lates, outro lendário professor da Unicamp, comenta:
"O Ziti... agora... vende entradas para o Céu...".
De qualquer forma, o prof. Ziti é uma lenda viva. Um dinossauro em atividade. Ele pode nos contar histórias verdadeiras e maravilhosas, sobre os primeiros dias da nossa faculdade. Histórias de trabalho, esforço, dedicação, idealismo e heroísmo de nossos primeiros professores
Há histórias ainda não publicadas, como a dos lendários e heroicos ladrões de gatos (Felix cattus domesticus). Em 1.963, a nossa faculdade era muito pobre. Faltava tudo. O prof. Ziti, junto com outro lendário e inesquecível professor de histologia, o Dr. Osmar de Lucca, já falecido, às 21 horas, todas as noites, se dirigiam para a ponte que existe na esquina da av. Orosimbo Maia, com Av. Francisco Glicério, com "gatoeiras".
Capturavam, roubavam, anestesiavam e sacrificavam os gatos, que eram transformados em lâminas de microscópios para que os alunos pudessem estudar histologia. Dezenas de gatos desapareceram da cidade, misteriosamente, e o boato correu.. Até o dia em que sumiu "um gato boniiito,...graaande...cor de cinza, ... angorá, ...com pelos longos (sic)...", que era o xodó da esposa do Dr. Hernandes, Delegado de Polícia da cidade.
Tres dias depois, o Delegado surgiu, com 20 soldados, na Faculdade de medicina, que, na época, se resumia a apenas dois andares, do prédio que é, hoje, a Maternidade de Campinas. Só havia uma porta,que servia de entrada e de saída, para a faculdade.
Os soldados fecharam a porta, encurralando toda a faculdade e revistaram o prédio, procurando o precioso bichano. Felizmente nenhum deles sabia usar microscópios, senão teriam achado o gato, fatiado pelo micrótomo, embaixo das lamínulas. Só por isso, os dois perigosos meliantes, famigerados facínoras do mundo felino, escaparam do xilindró.
O prof. Ziti pode, ainda, contar histórias sobre a pedra fundamental da Unicamp,. que ficou escondida sob a caixa d' água, sobre o primeiro cadáver da nossa faculdade ( o "Jordão", que foi roubado), a tartaruga fosforescente do César Lates, o cachorro Artur, que usava babadouro, a msteriosa gravidez das ratas solitárias do laboratório do Badan Palhares e também da sesquipedal e bustrofédica história da "Fundação Caio Pinto", una épica "comédia grega".
Em seus primeiros dias, a nossa faculdade queria, desesperadamente, receber a doação de um terreno, para construir o seu prédio. Surgiu a oferta de uma grande área, próxima ao bairro Santa Genebra. Os filhos de um benemérito cidadão, chamado Caio Pinto, já falecido, doariam o terreno.
Seria instituída a "Fundação Caio Pinto", que seria a proprietária do imóvel. A faculdade receberia o mesmo nome. È fácil calcular que, se a faculdade crescesse (e ela cresceu), a nossa escola acabaria se chamando "Universidade Caio Pinto", e não Unicamp. O prof. Ziti só não explica porque é que este projeto não deu certo.
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Dr. Antonio Jofre de Vasconcelos, médico, foi aluno da IV Turma de Medicina da Unicamp e foii jornalista de "O patológico" em 1.967 e 1.968.
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Este artigo foi publicado pelo jornal "O patológico", dos estudantes de medicina, em março de 2.005, na página 7.
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O ombudsman de "O patológico", comenta. na página 4 : "Universidade Caio Pinto", o melhor texto, disparado, de "O patológico". --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Hoje. dia 23/09/2.017, a Universidade Estadual de Campinas ("Unicamp") é a melhor universidade da América Latina.
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sábado, 23 de setembro de 2017
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