(Poesia com versos brancos)
Quando morrer, eu não quero ir para o céu.
Lá, deve ser muito chato. Anjinhos e mais
Anjinhos, tocando harpas e louvando a Deus.
Eternamente, sem mais nada para fazer.
Quero ir para o inferno. Lá, terei movimento.
Vou trabalhar. Assim que chegar, eu vou
Montar uma clínica de queimados. Vou passar
Pomadas e fazer curativos em todas as queimaduras.
Vou trabalhar para amenizar as dores e aliviar o
Sofrimento. O Diabo não vai gostar, é claro. Ele
Vai me dar uma surra, todos os dias. Eu não vou
Estranhar nem me importar muito. Já estou
Acostumado a apanhar dele. Vejo-o, sempre, por trás das
Doenças incuráveis, da fome, da pobreza e das injustiças.
Vou continuar, sempre, ajudando as almas que estão
Sofrendo. E, assim, eu quero ser médico,eternamente.
Antonio Jofre de Vasconcelos
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