A febre maculosa é uma doença silvestre, uma infecção que ocorre nas florestas. È causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, que vive dentro do carrapato estrela (Amblyomma cajennense). Ela é transmitida pelo carrapato. É muito rara, mas tem altíssima mortalidade: 70 %. No ano de 2003, inesperadamente, apareceu um foco desta doença, no Parque da Lagoa do Taquaral, onde existem capivaras, dentro da cidade de Campinas, SP, pela primeira vez, na história. Estava surgindo a febre maculosa urbana, uma nova modalidade epidemiológica desta doença, cujo estudo nos levou a novas e importantes conclusões. O carrapato pode viver parasitando milhares de espécies de animais, que são os seus hospedeiros secundários (intermediários). Porém, ele se reproduz apenas em seus tres hospedeiros primários (definitivos): antas, cavalos e capivaras. Antas, não existem na região. Cavalos, dentro da cidade de Campinas, são raros e recebem razoáveis cuidados e tratamentos contra parasitas, tendo poucos carrapatos. Sobra, portanto, a capivara, como a única responsável pela reprodução (e multiplicação) dos carrapatos, sendo a causa da febre maculosa urbana, que, por isso, recebeu o nome de "doença das capivaras". Sem estes animais , todos os carrapatos morrem, expontaneamente, dentro de um ano, sem deixarem filhotes, e, desaparece a febre maculosa urbana. Mais tarde, surgiram outros focos desta doença, dentro da cidade de Campinas. Para erradicar a febre maculosa urbana, é preciso retirar todas as capivaras de dentro da cidade. Saiba mais, em "doença das capivaras", na internet.
Antonio Jofre de Vasconcelos, médico do trabalho, ex-professor de epidemiologia da Unicamp.
Nenhum comentário:
Postar um comentário