quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Artigo digitado: Pressionada pelas empresas Bosch, Eaton e Toyota, Unimed processa médico por emitir atestados

          Este artigo foi publicado pelo jornal "Folha de Metal", de Campinas, no dia 24/07/17, número 349,, ano XV, na página 3, È o jornal do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, com sede  Central na Rua Dr. Quirino. 560, fone (19) 37-75-55-55, Campinas, SP. www.metalcampinas.org.br
         
          O médico Antonio Jofre de Vasconcelos foi processado pela Unimed Campinas, após denúncias feitas pelas empresas Eaton, Toyota e Bosch, alegando que o profissional emitia grande número de atestados aos trabalhadores, sem evidências de registros clínicos.

          As três  empresas metalúrgicas também reclamaram sobre a quantidade de CIDs e falta de análise dos postos de trabalho, o que vem, segundo elas, gerando prejuízo  e colocando em risco a manutenção do contrato com a Unimed.

          No processo, a Unimed alegou que o médico não vem cumprindo o Estatuto, dada às sistemáticas denúncias das empresas, contra sua atuação, através dos próprios Departamentos de Saúde Médico-Ocupacional.

          Em sua defesa, o médico definiu muito bem a situação: que ele não produziu um grande número de atestados. São as empresas que produzem um grande número de doentes. E, disse, ainda, que não se trata de números, mas de pessoas. Não  se trata de média, mas, de cada individualidade e que, não afasta funcionário, mas, paciente.

          Na primeira instância, o juiz decidiu pela improcedência da ação movida pela Unimed, com base no fato de que os atestados não são falsos.

          Igualmente, a decisão dos desembargadores foi de manter a improcedência da ação, de forma unânime, pela absoluta ausência de provas acerca da conduta irregular do médico, na emissão dos atestados médicos, em benefício dos trabalhadores.

          As empresas sabem que estão gerando doenças nos trabalhadores, com o ritmo acelerado da produção, das longas jornadas de trabalho, além da pressão, que é um verdadeiro assédio na exigência de horas extras.

          Ao questionar a emissão dos atestados médicos, na realidade, elas querem tentar descaracterizar  o adoecimento causado pelo trabalho, para fugir da nossa Convenção Coletiva, que garante estabilidade no emprego. até a aposentadoria, no caso de lesões permanentes.

          Pior, ainda, ao subnotificar, ou descaracterizar, os casos de adoecimento, além de não aplicar a cláusula coletiva, as empresas ainda causam consequências mais graves: impedem o tratamento médico adequado, expondo ao perigo, a saúde e a vida dos trabalhadores.

          Esta ação, movida pela Unimed, só confirma o que o nosso sindicato tem denunciado, há muito tempo: a ingerência  das empresas, sobre os convênios médicos particulares.

          Para enfrentarmos  essa situação, é fundamental termos Cipeiros combativos, que enfrentam as questões das condições de trabalho, no dia a dia, nas fábricas, e fortalecer nossa luta, contra o desmonte do SUS--Sistema Único de Saúde, hoje ainda mais ameaçado pelo corte de verbas, do governo Temer.




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