Aumentam os casos de mortes por excesso de trabalho. Muitas empresas exploram o senso de responsabilidade dos funcionários. No Japão a dedicação excessiva ao trabalho se tornou um problema de saúde pública, principalmente, pelo abuso completamento descontrolado de horas extras. Em Tóquio , prédios com arquitetura arrojada nos remetem ao futuro. Mas quem trabalha neles não imaginava que o futuro fosse tão puxado.
Com falta de mão de obra em vários setores, o Japão fecha os olhos a quem trabalha mais do que deve ou pode. Foram a disciplina e o esforço da população japonesa que fizeram a economia do país crescer tanto. A dedicação à empresa, aos colegas, isso ainda é muito forte.Às 9h, homens e mulheres chegam para trabalhar e a maioria deles não sabe a que horas vai sair. O extremo desta dedicação tem nome: "karoshi", significa "morte por excesso de trabalho". O Japão não tem limite para horas extras e muitas empresas exploram o senso de responsabilidade dos funcionários. O governo calcula que um quinto da força de trabalho faça mais de 80 horas estras por mês.
Um prédio de uma grande agência de publicidade passou a apagar suas luzes às 22 horas para forçar os funcionários a ir para casa. Foi depois do que aconteceu a Matsuri Takahashi, de 24 anos, um caso que mobilizou o Japão.
Um mês antes de morrer. ela havia feito 105 horas extras, uma média de cinco horas extras por dia.. O número mais recente é de 2015: 189 mortes, pouco mais da metade por problemas de saúde; o restante, suicídios.
A senhora Noriko Nakahara lembra a pesada carga imposta aos marido, médico pediatra. O doutor Nakahara chegava a trabalhar 36 horas seguidas, fazia até oito plantões por mês. Não resistiu à pressão e ela ficou viúva, com três filhos. Foram 11 anos para a Justiça reconhecer a morte como um "acidente do trabalho". "Eu pedia para ele mudar de hospital, mas ele falava que a clínica pediátrica iria fechar. Muitas pessoas amam a profissão e passam dos limites", lamenta a viúva Noriko Nakahara.
Um professor de direitos diz que o "karoshi" é um fenômeno antigo, e para ele: " nada vai funcionar se as empresas não mudarem: tem que diminuir o volume de trabalho, deve-se contratar mais gente, se não a pessoa fica trabalhando de casa ou mesmo no escuro."
O governo apertou a fiscalização nas empresas e quer aprovar leis par
a evitar que esforçados funcionários se transformem em vítimas.
Esta notícia foi extraída edição do dia 13/02/17 do Jornal Nacional da TV Globo, http://gl.globo.com/jornal-
Saiba mais, pesquisando a palavra "karoshi", na internet,
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