segunda-feira, 13 de março de 2017

Aumentam os casos de mortes por excesso de trabalho (karoshi) no Japão

GOVERNO  DO  JAPÃO  QUER  APROVAR   LEIS PARA  PARA  IMPOR  LIMITES  PARA  HORAS  EXTRAS 

Aumentam os casos de mortes por excesso de trabalho. Muitas empresas exploram o senso de responsabilidade dos funcionários. No Japão a dedicação excessiva ao trabalho se tornou um problema de saúde pública, principalmente, pelo  abuso completamento descontrolado de horas extras. Em Tóquio , prédios com arquitetura arrojada nos remetem ao futuro. Mas quem trabalha neles não imaginava que o futuro fosse tão puxado.

Com falta  de mão de obra em vários setores, o Japão fecha os olhos a quem trabalha mais do que deve ou pode. Foram a disciplina e o esforço da população japonesa que fizeram  a economia do país crescer tanto. A dedicação à empresa, aos colegas, isso ainda é muito forte.Às 9h, homens e mulheres chegam para trabalhar e a maioria deles não sabe a que horas vai sair. O extremo desta dedicação tem nome: "karoshi", significa "morte por excesso de trabalho". O Japão não tem limite para horas extras e muitas empresas exploram o senso de responsabilidade dos funcionários. O governo calcula que um quinto da força de trabalho faça mais de 80 horas estras por mês.

Um prédio de uma grande agência de publicidade passou  a apagar suas luzes às 22 horas para forçar os funcionários a ir para casa. Foi depois do que aconteceu a Matsuri Takahashi, de 24 anos, um caso que mobilizou o Japão.

Um mês antes de morrer. ela havia feito 105 horas extras, uma  média de cinco horas extras por dia.. O número mais recente é de 2015: 189 mortes, pouco mais da metade por problemas de saúde; o restante, suicídios.

A senhora Noriko Nakahara lembra a pesada carga imposta aos marido, médico pediatra. O doutor Nakahara chegava a trabalhar 36 horas seguidas, fazia até oito plantões por mês. Não resistiu à pressão e ela ficou viúva, com três filhos. Foram 11 anos para a Justiça reconhecer a morte como um  "acidente do trabalho". "Eu pedia para ele mudar de hospital, mas ele falava que a clínica pediátrica iria fechar. Muitas pessoas amam a profissão e passam dos limites", lamenta a viúva Noriko Nakahara.

Um professor de direitos diz que o "karoshi" é um fenômeno antigo, e para ele: " nada vai funcionar se as empresas não mudarem: tem que diminuir o volume de trabalho, deve-se contratar mais gente, se não a pessoa fica trabalhando de casa ou mesmo no escuro."

O governo apertou a fiscalização nas empresas e quer aprovar leis par
a evitar que esforçados funcionários se transformem em vítimas.

Esta notícia foi extraída edição do dia 13/02/17 do Jornal Nacional da TV Globo, http://gl.globo.com/jornal-

Saiba mais, pesquisando a palavra "karoshi", na internet,   

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